terça-feira, 11 de novembro de 2008

Capacidades motoras

(Conclusão dos resumos para a matéria do teste, ainda pertencente ao grupo da Johana, Nélson e Liliana)

  • Capacidades motoras
Na área da Educação Física e do desporto o termo “capacidade” refere-se às qualidades inatas de uma pessoa, como um talento, um potencial, uma faculdade, uma aptidão, que pode ser desenvolvida na sua vida.
As capacidades são determinadas geneticamente, isto é, cada um nasce com uma certa flexibilidade, resistência, …mas estas podem ser treinadas ao longo da nossa vida, por exemplo ninguém nasce a saber jogar futebol, tem que ser aprendido. É nestes casos que inserimos a habilidade motora – forma de movimento especifico dependente da experiência.
As componentes da condição física são as nossas capacidades motoras e estas por sua vez dividem-se em dois grupos fundamentais:

o Capacidades motoras condicionais;
o Capacidades motoras coordenativas.

Não nos devemos esquecer que o desenvolvimento das capacidades motoras deve ser realizado de forma harmoniosa, para que consigamos de melhor forma obter um grau de desenvolvimento maior numa capacidade que queremos obter. Este desenvolvimento não é linear, uma vez que existem períodos mais ou menos propícios denominados fases sensíveis.

1) Capacidades condicionais:

São essencialmente determinadas pelas componentes energéticas, predominando os processos de obtenção e transformação de energia, isto é, os processos metabólicos nos músculos e nos sistemas orgânicos – carácter quantitativo. Estas são fundamentais na eficiência dos processos de metabolismo energético. Elas são basicamente quatro:

o Força: Capacidade de se opor ou vencer resistências externas através do trabalho muscular. O desenvolvimento da força pode ser geral – quando visamos o desenvolvimento de todos os grupos muscular – e específica – quando visamos o desenvolvimento de um ou vários grupos musculares característicos dos gestos de cada modalidade.

o Velocidade: Capacidade de realizar no menor período de tempo possível uma acção ou um conjunto de acções motoras.

o Resistência: Capacidade de realizar um esforço resistindo física e psicologicamente à fadiga. O desenvolvimento da resistência pode ser, segundo a massa muscular mobilizada, geral – quando é solicitada mais de 1/6 da massa muscular total, sendo limitada pelo sistema cardio-respiratório. E pode ser local – quando é solicitada menos de 1/6 da massa muscular total, sendo esta determinada pela resistência geral, pela força e pela capacidade anaeróbia.

o Flexibilidade: Capacidade de executar movimentos com uma grande amplitude em determinadas articulações. O desenvolvimento da flexibilidade pode ser geral – consiste na amplitude normal de oscilação das articulações (necessária para a vida diária), especialmente nas principais articulações: ombro, anca e coluna vertebral – e específica – que consiste na amplitude necessária para a realização de movimentos específicos de cada modalidade.

2) Capacidades coordenativas:

Estas capacidades permitem que o atleta consiga dominar de forma segura e económica as acções motoras, tanto em situações previsíveis como imprevisíveis.
As capacidades coordenativas são competências determinadas essencialmente por componentes onde predominam os processos de condução nervosa, isto é, elas possuem a aptidão para organizar e regular o movimento, constituindo-se portanto na base para a aprendizagem, execução e domínio dos gestos técnicos. O termo “técnica desportiva” é determinado pelas capacidades coordenativas.
Estas capacidades baseiam-se, portanto, na elaboração de informação e controle da execução sendo desenvolvidos pelos:

o Analisadores tácteis, que informam sobre a pressão nas diferentes partes do corpo;
o Analisadores visuais, que recolhem imagens do mundo exterior;
o Analisadores estático – dinâmicos, que informam sobre a aceleração do corpo, ajudando a manter o equilíbrio;
o Analisadores acústicos, por onde percebemos os sons e ruídos;
o Analisadores cinestésicos, por onde recebemos as informações sobre as tensões produzidas pelos músculos.

Exemplos destas capacidades são:

o Capacidade de diferenciação cinestésica: É a capacidade que permite controlar de maneira diferenciada os parâmetros dinâmicos, temporais e espaciais do movimento, dando lugar a um movimento eficaz e eficiente.

o Capacidade de orientação espacial: É a capacidade que, através de informações visuais, permite modificar a posição e o movimento do corpo no espaço e no tempo, com referência a um espaço de acção definido.

o Capacidade de equilíbrio: É a capacidade de manter o corpo numa postura de equilíbrio e de recuperá-lo depois de amplos movimentos.

o Capacidade de reacção: Capacidade que permite responder a estímulos, executando acções motoras adequadas como resposta a um sinal.

o Capacidade de ritmo: É a capacidade de organizar cronologicamente as performances musculares em relação ao espaço e ao tempo.
São as capacidades que nos permitem dominar de forma segura os nossos movimentos quer voluntários quer involuntários. Permite-nos elaborar e controlar os movimentos e por isso são essenciais para a aprendizagem e realização de gestos técnicos.

Músculos do corpo humano

Aqui estão os músculos do corpo humano.

São muito importantes para sabermos os músculos solicitados nos exercícios.



segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Principios do treino

(Continuação do trabalho do grupo do artigo anterior)


Princípios de Treino:

São vários os princípios de treino que podemos enumerar, no entanto os que aqui vamos enunciar são os mais importantes e que englobam um pouco de todos os outros. Por vezes alguns autores usam apenas uma designação diferente para esse princípio.

1) Princípios (reguladores biológicos) do treino

São diversos os princípios que na actividade desportiva ter em atenção, porque é deles que dependem:
o A melhoria da condição física;
o Conhecimento da aplicação dos cargos e dos tempos de repouso indispensáveis para se conseguirem obter as adaptações específicas.

Princípio da sobrecarga
O organismo precisa de melhorar a sua estrutura e as suas capacidades para poder obter melhores resultados, sendo isto possível quando a carga é suficiente para activar o ciclo de auto-renovação viva. Assim deve-se aumentar lentamente as cargas de treino, ao longo dos treinos.
Por exemplo se uma pessoa corre 20 minutos, para melhorar a sua resistência deve ir aumentando a carga aumentando o tempo de corrida por exemplo ou aumentando a intensidade com que efectua o exercício. Caso mantenha a carga sempre igual não haverá qualquer alteração e não se irão verificar nem melhoras nem perdas de capacidades, apenas não evolui. Se atenuar a intensidade ou o tempo -diminuir a carga – conduzirá a uma redução das suas capacidades (efeito negativo).

o Lei da sobrecarga:

É necessário haver uma progressão adequada no:
- Aumento do volume;
- Duração;
- Intensidade.

A duração e a intensidade funcionam de forma oposta, isto é, quando a duração é longa a intensidade deve ser curta e vice-versa.

Princípio da reversibilidade
A carga tem um efeito transitório e as adaptações ao esforço desaparecem após algum tempo no qual o atleta ou praticante pare de fazer exercício físico, assim tem de haver uma continuidade do trabalho.
Por exemplo se um atleta que treina habitualmente três vezes por semana melhora as suas capacidades, caso pare durante um mês haverá uma regressão das suas capacidades desenvolvidas.
Consoante o tipo de esforço e o intervalo de repouso adoptados, varia as adaptações ao esforço.
As cargas de pequeno volume e de grande intensidade provocam adaptações mais rápidas, contrariamente as cargas de grande volume e de pequena intensidade.

Princípio da Especificidade:
Apenas as componentes que são trabalhadas serão as únicas a ser melhoradas, pois o treino tem efeitos específicos.
Diferentes esforços têm como bases diferentes fontes de energia e provocam adaptações diferentes, então é essencial a identificação do tipo de esforço e os exercícios mais adequados em cada modalidade desportiva.

Princípio do efeito Retardo da carga:
Os resultados do treino estimulados pelas cargas demoram um certo período a aparecerem, dependendo do tipo de esforço realizado, assim, os tempos de recuperação são diferentes.
Nas cargas onde predomina a intensidade os efeitos aparecem mais rapidamente e o tempo de recuperação é menor, já nas cargas onde prevalece o volume os efeitos aparecem mais lentamente e o tempo de recuperação é maior.

2) Princípios (pedagógicos) da aplicação da carga

Princípio da individualização: a carga tem de ter em conta as capacidades do atleta.
Princípio da progressão: o processo do treino evolui, a carga deve ser progressivamente e gradualmente aumentada.
Principio da intensidade: a grandeza da carga deve estar de acordo com o nível biológico do atleta.
Princípio da ciclicidade: o produto final é contínuo mas é feito de altos e baixos (ciclos). Um atleta não se encontra sempre em boa forma, visto que há sempre uma fase em que o corpo necessita de uma maior recuperação.
Principio da continuidade: a aplicação das cargas deve ser sempre durante todo o ano e durante muitos anos, com características diferentes.

O treino

(Trabalho realizado pela: Johana Silva, Liliana e Nélson)

Treino

Para que as pessoas melhorem as suas capacidades motoras, têm que seguir um determinado treino. Este visa o aumento da resistência às condições do ambiente – mais rendimento, quer qualitativo, quer quantitativo, com a menor fadiga possível e maior resistência, isto é, é uma carga funcional suportada pelo organismo, com o objectivo de desenvolver a estrutura e as funcionalidades que fundamentem uma melhor prestação desportiva.
Qualquer processo de treino deve ter em consideração a aptidão, a habilidade, a atitude mental e a capacidade intelectual do desportista.

Objectivos do treino

Objectivos psicomotores – abrangem as capacidades condicionais e coordenativas que estão no centro do processo de aprendizagem.

Objectivos cognitivos – englobam os conhecimentos tácticos e técnicas do desportista, permitindo uma maior eficácia do treino.

Objectivos afectivos – incluem a força de vontade, a superação, o domínio de si, mesmo, etc, e correlacionam-se com os factores físicos da prestação desportiva podendo limitá-los.

Conteúdos do treino

É o conjunto de exercícios devidamente seleccionados que visam atingir o objectivo previsto de uma forma eficiente e económica.

Meios de treino

Englobam todos os meios e medidas práticas que se utilizam para um normal desenvolvimento do processo de treino. Os meios de treino variam de acordo com os conteúdos do próprio treino.

Métodos de treino

Os métodos de treino visam atingir os objectivos fixados, utilizando procedimentos práticos cuidadosamente planeados.

Carga de treino

A carga inclui a repetição sistemática de exercícios físicos que induzem a uma série de mudanças no corpo.
Para melhorar a capacidade de prestação desportiva deve recorrer-se a estímulos de carga apropriada.
Tendo em vista a optimização da carga em cada uma das unidades de treinos, é necessário distinguirmos as suas componentes e a forma como estas interagem no desenvolvimento da capacidade da prestação desportiva.

Componentes da carga

Intensidade do estímulo – grau de aplicação de cada um dos estímulos.

Densidade do estimulo – tempo que decorre entre a aplicação da carga e a respectiva recuperação.

Duração do estímulo – tempo de impulso de um estímulo isolado ou de uma série de estímulos.

Amplitude do estímulo – número e duração dos estímulos em cada unidade de treino.

Frequência do treino – quantidade de treino por dia ou por semana.